Há
uma tendência medieval - que se estendeu ao renascentismo e ao modernismo - de
tentar facilitar a compreensão humana sobre a grande diversidade presente
nas existências e Mundos sincretizando, misturando e universalizando todos os
seres etéreos, divindades e costumes na tentativa de unificá-los e
simplificá-los acabando por desrespeitar totalmente sua real origem,
significado e singularidade.
Muitos autores antropocêntricos colocarão os elfos
(álfar na Islândia) como fadas de forma genérica incluindo-os entre o que os modernistas
chamam de 'Elementais' (termo que teve grande reverberação no Renascimento
entre ocultistas e esotéricos), mas os elfos são extremamente singulares e
genuínos aos olhos dos que os conhecem (e isso melhora quando você conhece
também conhece as fadas célticas - sióga na Irlanda - e nota a gigantesca
diferença!).
Nas
Tradições Islandesas dois tipos de álfar são considerados: os ljósálfar (elfos
da luz) e os dökkálfar (elfos do escuro). Os Ljósálfar pertencem a morada de
Alfheimr e são regidos pela deusa Sunna e pelo deus Freyr, estão associados a
elevação, a inspiração criativa, as artes, a sensibilidade, intelectualidade e
a música (natureza da runa Ansuz); os Dökkálfar pertencem a morada de
Dökkalfheimr juntamente com os Dvergur (anões) e são regidos também por Sunna
que desce a morada deles no “pôr-do-sol”, estão associados a sexualidade, ao
físico, a força, a fertilidade, ao artesanato e trabalhos manuais e também a
sensualidade (natureza da runa Uruz). Os álfar (ljós ou dökk) não são sílfides
ou seres especificamente aéreos, são muito mais do que apenas seres
relacionados a algum elemento padrão.
A
imagem estereotipada dos álfar os coloca como andrógenos de aparência feminina,
loiros de cabelos longos, orelhas pontudas, e as vezes chapéu pontudo e etc. Só
posso dizer que os álfar são muito mais parecidos conosco do que se imagina,
claro que são muito diferentes de nós, são singulares, únicos, mas toda essa
fantasia que estereotipa suas aparências estão recheadas de uma exagerada dose
de confusão e ilusão, não procure nos livros, os álfar verdadeiros não estão
nas conclusões do imaginário autoral, quer saber como um álfur realmente é
?
Vivencie.
Texto de: Roberto Laggus
Bruxo da Tradição Islandesa Galdrasafnið