Durante este mês daremos
início a artigos que possuem a temática dos distúrbios alimentares e como eles
podem afetar diretamente nossa vida. Contudo, antes de retratarmos o tema temos
que falar sobre alimentação.
Quando falamos sobre transtornos
alimentares pensamos automaticamente na quantidade de comida, porções, aspectos
econômicos. Não é apenas o que se come ou quantidade, mas como se come.
Quanto
tempo você tem para comer?
Pergunto isso, pois o ato de
comer sofre muitas mudanças dependendo do ritmo de vida de cada pessoa. Se
alimentar passou a ser um ritual solitário realizado rapidamente e qualquer
horário do dia, muitas vezes o assunto durante a refeição parece mais uma
reunião com o chefe do que um ato prazeroso. Identificou-se? Se sim, é um sinal
de alerta.
Como
está sua relação com seu corpo?
A valorização extrema da
magreza ou do “corpo perfeito” introduzido pela moda e pela mídia é
compreendida como um fator, pois aguçam os sentimentos de insatisfação com o
próprio corpo.
Entretanto, os distúrbios
alimentares como outros transtornos alimentares possuem múltiplos fatores:
genéticos, ambientais, culturais, sociais, psicológicos.
Segundo dados da Organização
Mundial da Saúde, distúrbios alimentares atinge cerca de 2,6% da população
mundial. No Brasil, aproximadamente o dobro da taxa mundial, sendo 4,7% da
população tem algum tipo de transtorno alimentar, corresponde
a mais de 9 milhões de brasileiros, sendo mais recorrente entre jovens de 14 a
18 anos.
Entre os jovens do Estado de
São Paulo, 77% apresentam propensão a desenvolver algum tipo de distúrbio
alimentar, segundo levantamento da Secretária Estadual da Saúde. Cerca de 49%
das pessoas que apresentam o transtorno são obesas, sendo que 15% são obesas
mórbidas.
O
que é Distúrbio Alimentar?
É um transtorno mental que
apresenta comportamentos alimentares que atua negativamente a saúde física e
mental do sujeito. Tais como a redução extrema da ingestão de alimentos
(diminuição de comida), ou da compulsão de alimentos (comer demais), a
pessoa também experimenta sentimentos de angústia, culpa, raiva, ou
preocupação com o corpo, peso ou forma.
Existem vários tipos de
Transtornos Alimentares segundo o CID 10 (Classificação Internacional de Doenças), DSM IV
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), OMS (Organização
Mundial da Saúde). Contudo, vamos abordar alguns durante o mês:
Anorexia
Nervosa - caracteriza-se por uma rejeição alimentar. Geralmente se
inicia com uma dieta.
Bulimia
Nervosa - caracteriza-se por uma ingestão exagerada e rápida de
alimentos, acompanhado por um sentimento de perda de controle.
Vigorexia - caracteriza-se pela preocupação excessiva em ganhar massa
muscular, tornando-se forte.
Ortorexia - caracteriza-se pela preocupação excessiva com alimentação saudável. O
paciente apresenta medo excessivo em de adoecer, deixando de ingerir vários
alimentos.
Quais
os sintomas e o que fazer?
Certamente você conhece alguém que sofre deste
transtorno, ou está passando na sua mente alguém que pode estar sofrendo. Não
é? Se sim, vamos entender melhor por que isso ocorre e como ajudar.
A forma como a pessoa se alimenta, seja o excesso
ou a falta de alimento expressa aquilo que nem mesmo a pessoa sabe como sentir.
Sua válvula de escape é a comida. O comportamento de recusa ou ingerir uma
quantidade excessiva de alimento, ou de determinados alimentos, provocar
vômitos, são silenciosos e é extremamente importante ficarmos atentos ao nosso
redor, pois isso pode ocorrer onde menos esperamos.
O diagnóstico precoce é muito importante, pois pode
prevenir consequências desastrosas futuras. É de extrema importância um grupo
multidisciplinar envolvendo psiquiatra, psicólogo e nutricionista a fim de
garantir a saúde física, e mental.
O psicólogo é importante dentro desta equipe, pois
é o profissional que irá trabalhar as causas e consequências do transtorno na
vida social, cultural, e psicológica, pois na maioria das vezes os distúrbios são
resultados de desequilíbrios emocionais, autoimagem, e autoestima distorcida da
realidade.
Na semana que vem vamos abordar alguns dos
transtornos citados acima, explicando melhor e outros menos conhecidos.
Psicólogo – CRP
06/111249
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