Porque
não atende meu telefonema? Porque visualiza minhas mensagens e não responde?
Porque não curtiu minha publicação?
Certamente tais perguntas como estas já passaram sobre
sua mente, e até foram verbalizadas em algum momento. Mas, que sentimento é
este? De onde se origina este sentimento intenso e muitas vezes doloroso?
Entende-se tal sentimento por Ciúme.
A palavra ciúme provém do grego zelus, na concepção original significa: zelo, cuidado. Isso explica
a confusão criada em torno do significado da palavra em português na tentativa
justificar como cuidado. Contudo é fadada ao fracasso, pois que cuidado ou zelo
é este que rompe a liberdade do outro.
O ciumento transforma uma fantasia em realidade. Não consegue
perdoar, tão pouco confiar. Caso não exista algum motivo no momento presente,
ele cria em sua mente. Acessa o passado,
e até mesmo projeta um futuro que não existe como forma de justificar e sustentar
uma compreensão irracional, tudo resultado de uma imaginação angustiada.
Observamos três pontos de análise da imaginação
angustiada. Primeiro: a certeza que a pessoa amada será perdida; Segundo: não
sou tão importante como pensava; Terceiro: existe um rival que deve ser
combatido e vencido. Mas, neste embate o outro vence, pois é sempre mais forte.
Pode surgir de forma Moderada – há uma tensão (sentimento
de angústia) e posteriormente relaxamento, como se estivesse “resolvido o
ciúme”; ou Intensa – quando ocorrem tentativas da resolução do ciúme, mas sem
sucesso, pois há o retorno do sentimento. Tudo é relativo a fases do passado
que não foram resolvidos e ou falta de confiança em si próprio. As formas
moderada e intensa do ciúme podem ser descritas quando afeta apenas o sujeito
ciumento.
Todavia, É imprescindível esclarecer que o ciúme existe
principalmente como patologia, quando se torna obsessão – a pessoa afetada
desta tensão exige do outro coisas que limitam sua liberdade, como, por
exemplo: agressões verbais, agressões físicas, e ou agressões psicológicas (É
uma violência que ocorre sempre em uma relação desigual de poder, em que o
agente exerce autoridade sobre a vítima, sujeitando-a a aplicação de maus
tratos mentais e psicológicos de forma contínua e intencional. Podem aparecer
na forma de explicações, exigências, normas de conduta, privações, chantagem,
etc).
Procurar um profissional em saúde mental tem um papel
fundamental, uma vez que se trata de uma doença psíquica que possuem raízes
profundas que devem ser analisadas, questionadas, refletidas, e resignificadas
para alcançar a maturidade emocional para si, para a relação, e sociedade (seja
você o ciumento, ou a vítima do ciúme).
Os casos emergenciais de violência ou assédio devem ser
comunicado pelo telefone 190, a qualquer hora do dia ou da noite. Qualquer
pessoa pode fazer a denúncia: a própria vítima, vizinhos, parentes ou quem
estiver presenciando, ouvindo ou quem tenha reconhecimento do fato. Para os
casos não emergenciais, Disque 180 (canal de Violência Doméstica), ou o Disque
100 (canal dos Direitos Humanos) também recebe denúncias e oferece orientações.
Uma
nova campanha contra a violência doméstica permite que a vítima relate os
maus-tratos que sofre de forma silenciosa e discreta. Basta se dirigir a uma
farmácia e marcar um “X” vermelho na mão é possível denunciar que está sofrendo
agressões.
Referências bibliográficas:
MALLMANN, Cleo
José. Ciúmes: do normal ao patológico. Estud.
psicanal., Belo Horizonte , n. 43, p.
43-49, jul. 2015 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372015000100004&lng=pt&nrm=iso>.
Acessos em 29 jun. 2020.
MILHOMEM,
Flora Lamarão da Silva; SANTOS, Tiago Taveira; KOBAYASHI, Tereza Cristina
Martins. O ciúme patológico nos relacionamentos amorosos: um
olhar psicanalítico. Revista de Iniciação Científica da Universidade
Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 9, n. 1, 2019, p. 13-22. Disponível em
<http://periodicos.unincor.br/index.php/iniciacaocientifica/article/view/3008/10951353>.
Acessos em 29 jun. 2020.
Diego
Oliveira
Psicólogo
– CRP 06/111249
www.psicologodiegooliveira.com.br
psicologodiego.oliveira@gmail.com