Podemos
chamá-la de Grande Deusa da Natureza e (com todos os esqueletos em volta de sua
casa) ela é também a Deusa da Morte. Morte esta, que também faz parte do grande ciclo da vida.
Baba-Yaga
compreende igualmente os dois mistérios extremos da Vida. O nascimento
(criação) e a morte (destruição).
Além
de suas qualidades dóceis e férteis, o arquétipo da Grande-Mãe simboliza a
destruição necessária para uma nova ordem.
Baba
Yaga é uma Deusa diretamente associada à verdade que reside dentro de nós. Ela
é a Iniciadora, a velha sábia que mora na recôndita floresta, numa insólita
casa cercada de simbolismos arrebatadores, como cercas feitas de crânios, uma
casa que se ergue sobre dois enormes pés de galinha (por essa razão a casa está
sempre em movimento.)
É uma Deusa que voa em um pilão e vai limpando seus
rastros com uma vassoura, para não ser encontrada.
Ela
está sempre mexendo o caldeirão e sabe de tudo.
Ela assusta, pois quem a
procura é obrigado a entrar na escuridão, a fazer perguntas perigosas, a deixar
o mundo da lógica e do conforto.
Longe
do convívio humano, Baba-Yaga tem o domínio pleno e solitário da floresta, suas
árvores e as sombras, revelando-se como uma das manifestações do arquétipo
feminino da Grande-Mãe, com quem, em última instância, todos buscam um consolo
ou ajuda.
Baba
Yaga fica sentada à porta de sua cabana e destrata os viajantes que se
aproximam. Dessa forma, demonstra seu lado Desafiadora, que nos obriga a entrar
em contato com nosso eu mais profundo, mais verdadeiro, mais puro, sem medo.
Em
algumas das lendas, ela aparece como aquela que nos devora até os ossos,
mostrando que a melhor forma de entrar em contato com essa Deusa é retirando
nossas “máscaras”, as camadas e mais camadas que escondem nossa essência, para
que possamos renascer por completo e de forma pura, em contato com quem
realmente somos.
E como nos antigos contos de fada, dizem alguns que só a
pureza no coração nos permite encontrá-la.
Baba
Yaga é um ser sobrenatural que tem sua origem no folclore do leste europeu,
mais precisamente na mitologia eslava, conhecida também como a bruxa Yaga.