O contra egum é um instrumento de proteção na umbanda e nos cultos de nação.
É um traçado de palha da costa trazido ao Brasil pelas religiões afro e é geralmente usado nas nações de candomblé e Umbandomblé quando precisam de algum tipo de proteção contra espíritos desencarnados que atuam no baixo astral, desordem, ou em palavras populares: zombetagem. Esse traçado pode ser colocado no braço, tornozelo ou na barriga. A escolha de onde colocar está ligado diretamente ao fundamento e doutrina da casa que o médium é filho.
Enquanto o filho de santo estiver usando esta proteção, estará imune a perturbação ou até mesmo a aproximação dessas energias que podem ser brandas ou revoltadas e sem nenhuma luz ou causa aparente. É claro que dependendo da energia, se o desordeiro for pagão e instruído (como um quiumba, por exemplo), até mesmo a magia do Contra Egum pode não ser eficaz, mas no geral, é muito útil para a proteção de médiuns, em especial de médiuns iniciantes onde sua coroa está aberta a todo tipo de espírito.
Ainda no Candomblé, costumam-se delegar o uso do Contra Egum
a filhos que estejam de obrigação de cabeça, como por exemplo o Bori, e deve-se
continuar usando pelo tempo estipulado pelo guia e pelo pai de santo. Este
instrumento serve ainda para usarmos quando estivermos em lugar dito
“carregado”como cemitério, hospital, hospício, presídio, delegacia etc.
Quando estivermos com esse traçado não podemos fazer uso de bebidas alcoólicas, ato sexual, participar de brigas ou qualquer ato que atraia negatividade ou atue contra o preceito espiritual. É importante ressaltar que ninguém está livre de energias negativas (médium ou não), por isso até zeladores, ogans, e outras autoridades de santo usam o contra egum.
É um instrumento ligado diretamente a Obaluaê, sejam pela
palha (ponto de força deste Orixá) quanto pela influência em afastar
desencarnados (almas) e por ser um amuleto de feitiçaria.
Importante lembrar que ao usarmos o contra egum,
entidades da esquerda (exus, pombogiras, mirins e malandros na vibração da
esquerda) não conseguem se aproximar do médium, então, sendo o médium passista,
em gira dessas entidades, não se usa este amuleto.
Embora seja menos frequente o uso em terreiros de Umbanda, tem se mostrado muito eficaz, em especial para filhos recém-chegados que ainda estão aprendendo a diferenciar a presença de um espírito de baixa luz de seus guias.
A palha é escolhida e assim como
as guias, elas devem ser cruzadas para que seja ativado seus poderes
magísticos. A presença de búzios podem ser agregados conforme a necessidade de
proteção e afastamento de cada filho.
A manutenção destes amuletos se
dá através do fumo dos guias, de banho de ervas ou até mesmo de preces, orações
e velas. A Umbanda age pela simplicidade e diferente do Candomblé, trata-se de
uma religião 100% brasileira que considera em algumas vertentes, fundamentos do
catolicismo, cultos de nação (africanos), indígenas, mesa branca, etc.
A ativação de um mesmo
instrumento, por exemplo, “palha da costa” pode ser feita completamente
diferente na Umbanda e no Candomblé, ou ainda, mesmo que seja dentro de uma
determinada religião, pode mudar de acordo com os fundamentos de cada casa.
Andréa Campos
Dirigente Espiritual da
Casa de Caridade 7 Forças de Olorum